Espondilolistese degenerativa é comum durante o envelhecimento - Dr. Guilherme Meyer

Espondilolistese degenerativa é comum durante o envelhecimento

A coluna vertebral é composta por 33 vértebras. Dessas vértebras, 24 são móveis e conectadas entre si por meio de juntas. Como parte natural do processo de envelhecimento, as articulações da coluna vertebral sofrem um processo degenerativo semelhante ao processo que ocorre em outras articulações do corpo. Isso resulta em uma artrite que às vezes pode levar a dor, rigidez e/ ou instabilidade da articulação.

Em cada vértebra existem duas articulações compostas por processos articulares inferiores e superiores. Esses processos são chamados de articulações facetárias e são as principais articulações entre vértebras adjacentes. As articulações facetárias são mantidas no lugar por um tecido fibroso, chamado de cápsula. Como parte do processo degenerativo normal, as cápsulas das facetas se tornam estreitas e enfraquecidas, o que resulta em um alongamento da cápsula e em um deslizamento de uma vértebra em outra. Este deslizamento é chamado de espondilolistese.

Como resultado, a articulação fica instável e o corpo responde com um espessamento (hipertrofia) das facetas. Esta hipertrofia pode comprimir as estruturas adjacentes às facetas ósseas, como nervos dentro do canal vertebral. A estenose do canal vertebral e a espondilolistese degenerativa são doenças com intima relação.

Há muitos casos em que pacientes com espondilolistese degenerativa não apresentam sintomas e só descobrem a doença após o médico vizualizar o deslizamento das vértebras em uma radiografia. No entanto, algumas pessoas podem sentir dores nas costas e irradiações para as pernas e dificuldade de andar, o que gera impactos em sua qualidade de vida.

Sintomas da espondilolistese

– Dor na região lombar
– Dificuldade para ficar em pé e caminhar
– Espasmos musculares e dores que irradiam para as nádegas ou pernas
– Fraqueza ou adormecimento das extremidades inferiores

Um típico paciente com espondilolistese degenerativa se queixa de dor relacionada à posição do tronco. Geralmente os sintomas pioram ao caminhar ou simplesmente ao ficar em pé.

Opções de tratamento

O tratamento para a espondilolistese degenerativa se baseia nas características dos sintomas do paciente.

Tratamento não cirúrgico

Os sintomas agudos às vezes podem ser aliviados com um ou dois dias de repouso. Além disso, medicações, como os anti-inflamatórios, podem ajudar a aliviar.

A fisioterapia é muitas vezes recomendada para melhorar o condicionamento e pode ajudar a reduzir a frequência e a intensidade dos espasmos. Além disso, as injeções epidurais de esteróides podem ajudar na dor lombar em situações específicas.

Tratamento cirúrgico

A cirurgia da espondilolistese degenerativa é considerada nos casos em que existirem alterações neurológicas, como dores irradiadas e dificuldade para andar. Dor intratável que não melhora com tratamento clínico também pode ser abordada de forma cirúrgica.

A cirurgia consiste na descompressão dos nervos da cauda equina. Isso faz com que o paciente perceba imediatamente uma grande melhora para andar e ficar em pé. Eventualmente realiza-se uma fusão entre as vértebras que estão escorregadas para evitar a progressão ou recorrência dos sintomas.